quarta-feira, 29 de julho de 2009

Texto da prova de recuperação

Formação da Cultura
A cultura começa a ser desenvolvida nos seus primórdios, desde seu descobrimento ate os dias atuais, com o aumento da globalização e da relação entre as pessoas culturas diferentes começam a se chocar, trocando experiências entre si, relacionando linguagem, arte, musica, resumindo toda e qualquer manifestação cultural.
Muitas pessoas usam em seu cotidiano palavras estrangeiras e muitas até não percebem que as estão usando por se tratarem de palavras muito corriqueiras. Alguns exemplos de palavras e expressões que são muito utilizadas são: playboy, up, down, red, I love you, baby, forever, friends...
Essas palavras são conhecidas como estrangeirismos, palavras de outro idioma (normalmente o inglês) que tomam repercussão no senso comum se tornando normais e muitas até são aportuguesadas um exemplo bem conhecido é a palavra futebol que vem do idioma inglês football.
Mas agora ate os próprios estrangeirismos estão sofrendo ameaça no nosso país, os nossos governantes agora querem aprovar um sistema de leis que proíbe o estrangeirismo alegando que ele empobrece o nosso idioma, mas será mesmo.
Eu penso ao contrario, mesmo não me utilizando muito de estrangeirismos acredito que ele vem como uma forma de acrescentar e crescer nosso idioma, o mesmo português brasileiro que foi formado através de junções e de misturas de outros idiomas.
Tenho comigo que a verdadeira causa do empobrecimento do nosso idioma é nossos compatriotas não terem escolaridade suficiente para poderem crescer na vida e mostrarem ao mundo o quão é lindo o idioma português brasileiro, forçando aos outros paises a darem créditos realmente necessários ao nosso idioma.
Então creio que esse projeto de lei alem de desnecessário é burro porque eles só estão tentando adiar um efeito próprio da globalização que é a extenso contato entre os idiomas e culturas, alem de estarem prejudicando o país em alguns pontos pois estão impedindo que as culturas se choquem e que essa própria cresça.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Relato Pessoal: Capão Pecado

Acontecimentos
Eu li o livro Capão Pecado duas vezes não por que gostei do livro(não foi o melhor livro da minha vida),mas por que senti necessidade de ler duas vezes para melhor compreende-lo. Na minha primeira leitura demorei cerca de 8 horas e na segunda leitura demorei umas 10 horas. Julgo ter entendido não per feitamante mas o suficiente para poder dizer o que foi passado para mim, mas antes disso vejo que é necessario relatar mais fatos sobre a experiencia de ler Capão Pecado.
Comecei a ler primeiramente o livro na sala da minha casa, mas como é de se esperar em uma casa com 5 pessoas, estavam a maior parte(meu pai e irmãs) sentados assistindo TV (so para ficar registrado eu tinha chegado com o livro na sala antes do meu pai chegar ou seja não tinha ninguem na sala, quando meu pai chegou como é de se esperar do meu pai a primeira coisa que fez foi se largar no chão da sala e assistir TV)devido ao intenso barulho provocado pelo som da TV e a algazarra que começou a se fazer na sala entorno de quem ficava com o controle me vi completamente impossibilitada de ali permanecer, então me desloquei para o meu quarto fechei a porta para que o barulho causado pela minha inquietante familia não me atrapalhace (doce ilusão).
Apos fechar a porta do quarto fui para minha cama e ali permaneci tentando ler o livro, consegui por algum tempo (tempo precioso esse que me fez adiantar e muito minha leitura) ate que por mera falta de sorte o bem dito gato resolveu aparecer no quintal e para maior falta de sorte minhas cadelas o viram e aconteceu o mais provavel começaram a latir freneticamente e como meu quarto fica colado na parede do quintal não teve jeito fiquei ouvindo o som dos latidos todos martelando no meu ouvido (so para deixar claro eu tenho 4 cadelas todas 4 latindo ao mesmo tempo foi um inferno), e não teve ameaça, chinelada, grito, banho de agua que fizesse as cadelas pararem e o bem dito gato parecia que tava gostando que ficou la parado so olhado e nem tentar espantar ele com agua adiantou acabei foi fazendo bagunça (tenho uma pessima mira acabei molhando o quarto dos fundos da casa e melecando tudo)depois que o gato foi embora (ja estava tento uma crise)minhas cadelas foram se acalmando e eu finalmente pude continuar.
Depois das series de latidos estava perto de dar umas 7:20 PM e eu ja estava ficando com sono (vida de estudante cansa mesmo que os adutos em geral achem que não) ai foi que eu chequei numa parte que eu achei um pouco, alias bastante exagerada em detalhes (não sei pra que a necessidade de descrever o sexo entre os personagens com tantos detalhes, mas ai ja é outra historia continuando, estava tudo calmo ate que minha mãe chegou (ai a coisa começou a ficar feai de verdade) minha mãe tinha acabado de chegar de um plantão de 36 horas e ja tava "pra la de Bagdá" tava com raiva de tudo e de todos doida pra dormir, morta de fome, querendo estrangular a primeira filha que visse na frente e quanto chega em casa tem uma pilha de pratos para lavar (adimito que foi falha minha antes de começar a ler o livro eu tinha que ter lavado os pratos)quando viu aquilo o primeiro nome que gritou foi "KAREN" pulei do triliche feito diabo correndo da cruz quase me arrebento todinha nu pulo (depois de ouvir um belos de uns pescoções e um monte de reclamações) fui lavar os pratos (isso é tinha que ser muito rapido pois se minha mãe sai-se do banho e os pratos não tivessem lavados mais pescoções)terminados os pratos la vou eu novamente ao meu quarto achando eu logico que poderia ler o livro triste engano quando subi na cama tive que decer no mesmo pe por que minha mãe novamente tinha me chamado dessa vez me pedindo para fazer o suco pra ela como sempre fiquei enrolando pra fazer, mas no final acabei fazendo alias minha mãe trabalha tanto eu deveria ser mais responsavel (alias deveria vender dosses de responsabilidade no supermecado para adolecente ja notou que tudo que nossos pais falam são vc precisa ter mais responsabilidade com isso, com aquilo, com não sei mais o que ,mas no meu caso eu bem que mereço receber gritos alias eu dou motivos)terminado o suco la vou eu pro meu quarto.
Apartir do suco tive outro momento de extrema paz (pois alias minha mãe estava em casa e agora quero ver meu pai e minhas irmas fazendo aquela algazarra na casa, parecendo um bando de macacos)essa paz durou ate minhas irmas virem deitar mas voltou logo depois graças a tudo que é mais sagrado não tive grandes preocupações com minhas irmas por que não demorou muito e elas foram dormir um sono muito profundo isso ja era umas 9:00PM,então ler esse livro foi uma luta por que é absolutamente dificil ler qualquer coisa na minha casa.
Posso tirar muitos ensinamentos e ver a "realidade" que muitas vezes a sociedade em geral enclusivel eu tento esconder, fatos absurdos que acontecem no dia-dia e que ja estão se tornando corriqueiros, coisas que as pessoas e eu sabemos que é uma coisa e colocamos na nossa cabeça de outra forma, aprizionando e limitando nosso pensamento e nosso senso critico cada vez mais por isso acredito que ler esse livro foi muito importante para mim e para minha futura relação na sociedade como uma nova adulta independente,e principalmente conciente.

domingo, 19 de julho de 2009

poema

Tu Tens um Medo

Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Não ames como os homens amam.
Não ames com amor.
Ama sem amor.
Ama sem querer.
Ama sem sentir.
Ama como se fosses outro.
Como se fosses amar.
Sem esperar.
Tão separado do que ama, em ti,
Que não te inquiete
Se o amor leva à felicidade,
Se leva à morte,
Se leva a algum destino.
Se te leva.
E se vai, ele mesmo...
Não faças de ti
Um sonho a realizar.
Vai.
Sem caminho marcado.
Tu és o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
Sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares.
Sê o que renuncia
Altamente:
Sem tristeza da tua renúncia!
Sem orgulho da tua renúncia!
Abre as tuas mãos sobre o infinito.
E não deixes ficar de ti
Nem esse último gesto!
O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos
Humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor...
... E tudo que era efêmero
se desfez.
E ficaste só tu, que é eterno.

Cecília Meireles

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fabula

A RAPOSA E AS UVAS

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo o que tinha, não conseguiu nem roçar as uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre dentes, com raiva: “Ah, também, não tem importância. Estão muito verdes.” E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia risco de despencar, esticou a pata e... Conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito verdes!



MORAL: A FRUSTRAÇÃO É UMA FORMA DE JULGAMENTO TÃO BOA COMO QUALQUER OUTRA.

Millôr Fernandes

Glauco Malttoso

Biografia de Glauco Malttoso

Glauco cursou biblioteconomia na [[Escola de Sociologia e Política de São Paulo]] e letras vernáculas na USP. Nos anos 70, participou da resistência cultural à ditadura militar através do grupo dos "poetas marginais". Além de editar o fanzine poético-panfletário Jornal Dobrabil (trocadilho com o Jornal do Brasil e o formato dobrável dos folhetos satíricos), colaborou em diversos períódicos da imprensa alternativa, tais como o tablóide gay Lampião e o humorístico O Pasquim.

Na década de 80, publicou trabalhos em revistas como Chiclete com Banana, Tralha, Mil Perigos, SomTrês, Top Rock, Status e Around, ensaios e críticas literárias no Jornal da Tarde, além de diversos volumes de poesia e prosa. Em 1982, edita a Revista Dedo Mingo, como um suplemento do Jornal Dobrabil.

Nos anos 90, perde por completo a visão em decorrência do glaucoma de que sofria há anos. Deixa de lado a criação gráfica (história em quadrinhos e poesia concreta) e passa a dedicar-se a escrever letras de músicas e à produção fonográfica. Com o professor da USP Jorge Schwartz, ganha o Prêmio Jabuti pela tradução que ambos fazem da obra inaugural de Jorge Luis Borges, Fervor de Buenos Aires.

Nos anos mais recentes, retorna à criação de poesia escrita e textos virtuais, produzindo textos e poesias para a internet, colaborando em revistas eletrônicas e impressas, tais como a Caros Amigos.

OBRAS

PENSO, LOGO CAGO [1977]

Eu não nasci,
pois não me lembro de isso ter acontecido.
Não morri,
pois também não me lembro que isso tenha acontecido.
E, se não nasci nem morri, das duas uma:
ou sou Deus ou não existo.
Ora, como nem tudo que eu quero acontece
e nem tudo que acontece eu quero,
não sou Deus.
Portanto, não existo.
Logo, não penso.
Então este raciocínio é falso,
e nesse caso eu não passo de um mero amnésico.
De qualquer maneira, nada tem importância:
se perco a memória,
tanto faz que tudo seja ou não verdade.
Basta dar a descarga
e passar pro papel.

ROMEU E EU (conto dialético e, ipso facto, poema romântico) [1977]

Eu quero brincar com você.
Papai não deixa.
O Diretor proíbe.
A Esquerda se opõe.

Você me chama
e eu morro de vontade.
Papai me ameaça.
O Diretor me intima.
A Esquerda me aterroriza.

Saio escondido,
procuro por você,
mas eles me acham.
Papai me bate.
O Diretor me põe de castigo.
A Esquerda atenta contra mim.

Fico esperando,
você me procura,
nos encontramos no escuro,
nos pegam em flagrante.
Papai me expulsa.
O Diretor me interna.
A Esquerda me seqüestra.

Escapo e sobrevivo,
mas você não está livre.
É filho de seu Papai.
Disciplinado ao seu Diretor.
Prosélito da sua Esquerda.

Vivo solitário, você prisioneiro,
e não podemos brincar.
Castram nossa infância
porque você é igual a mim,
sua vontade igual à minha,
mas nos fazem diferentes.

QUEM DIABO É DEUS? [1977]

deus não é a antimatéria
deus não é o anticristo
deus não é o caos
deus não é o cosmo
não é um campo magnético
não é um corpo magnífico
não é a voz do povo
não é a paz do papa
deus não é um sapo horrendo
do lodo do brejo nojento
nem o excremento fedorento
mas podia ser
se não fosse aquele garoto
que me deflora a boca
e me degusta a sola
quando trepa comigo.

Gregorio de Matos

Gregório de Mattos

Gregório de Matos e Guerra nasceu, de família abastada, em Salvador, provavelmente em 1636. Em 1651 foi para Portugal, onde ingressou, no ano seguinte, na Universidade de Coimbra. Formando-se em 1661, casa-se com Micaela de Andrade e ocupa vários cargos na magistratura portuguesa. Enviúva em 1678 e retorna para o Brasil, abatido e desiludido, em 1681. Em Salvador, leva uma vida desregrada, improvisando poemas acompanhados de viola e satirizando os poderosos. Casa-se com Maria dos Povos e é banido, provavelmente em 1694 para Angola. Um ano depois, volta ao Brasil, mas, impedido de regressar a Salvador, vai para Recife, onde morre no ano seguinte. Há muitas dúvidas tanto sobre sua vida quanto sobre a autoria real de muitos dos poemas a ele atribuídos. Podemos mesmo dizer, como o fez James Amado, que o Gregório de Matos que chegou aos nossos dias não é um só homem, mas "a poesia da época chamada Gregório de Matos".




Sonetos

Custódia

Ai, Custódia! sonhei, não sei se o diga:
Sonhei, que entre meus braços vos gozava.
Oh se verdade fosse, o que sonhava!
Mas não permite Amor, que eu tal consiga.

O que anda no cuidado, e dá fadiga,
Entre sonhos Amor representava
No teatro da noite, que apartava
A alma dos sentidos, doce liga.

Acordei eu, feito sentinela
De toda a cama, pus-me uma peçonha,
Vendo-me só sem vós, e em tal mazela.

E disse, porque o caso me envergonha,
Trabalho tem, quem ama, e se desvela,
E muito mais quem dorme, e em falso sonha.

Gregório de Mattos

Ao casamento de certo advogado com uma moça mal reputada.

Casou-se nesta terra esta e aquele.
Aquele um gozo filho de cadela,
Esta uma donzelíssima donzela,
Que muito antes do parto o sabia ele.

Casaram por unir pele com pele;
E tanto se uniram, que ele com ela
Com seu mau parecer ganha para ela,
com seu bom parecer ganha para ele.

Deram-lhe em dote muitos mil cruzados,
Excelentes alfaias, bons adornos,
De que estão os seus quartos bem ornados:

Por sinal que na porta e seus contornos
Um dia amanheceram, bem contados,
Três bacias de trampa e doze cornos.

Gregório de Mattos

Hieronymus Bosch

Hieronymus Bosch

Conhecido e admirado em todo o mundo - Jheronimus (ou Jeroen) Anthonissen van Aken — o Hieronymus Bosch — nasceu por volta de 1450 na província holandesa do Brabante Setentrional, muito provavelmente na pequena cidade de 's-Hertogenbosch, da qual é quase certo que derivou seu sobrenome artístico.
Acredita-se que a família era originária de Aachen, na Alemanha, conforme sugere o sobrenome, e estabelecera-se na Holanda ainda no início do século XV. O pai de Bosch, Anthonius van Aken, era pintor, assim como o avô, Jan, dois ou quatro tios, o irmão Goossen — que herdou a oficina paterna — e uma irmã (Heberta ou Katherine).


UMA VIDA TRANQUILA

Quase nada ou, muito pouco, se sabe sobre a vida de Bosch, mas com uma vida tranqüila e confortável, em sua infância morou numa casa abastada, onde religião e arte eram assuntos de fundamental importância. Morou a partir de 1462, num casarão da Grote Market, a praça mais importante de 's-Hertogenbosch, onde estava instalada a feira de tecidos, principal riqueza da cidade.
Os Van Aken mantinham estreitas relações com a Catedral de São João, edifício gótico que constituía um dos maiores orgulhos da população local. Recebendo encomendas para decorar peças de mobiliário e colorir estátuas, e é possível que Jan tenha pintado um afresco sobre a Crucifixão, datado de 1444.



O caminho da dor

Poucas biografias existem sobre Bosch, e nenhuma fornece indicações a respeito de seu aprendizado.

Há hipóteses de alguns estudiosos — não comprovadas — de que tenha estudado em algum centro próximo, como Utrecht, onde teria entrado em contato com as iluminuras que influenciaram sua obra em determinado período.

É mais provável, no entanto, que tenha se iniciado na arte sob a orientação do pai ou de um dos tios (o avô havia morrido na época de seu nascimento).

Em torno de 1480 ou 1481, possivelmente, Bosch recebeu o grau de mestre na corporação dos pintores de 's-Hertogenbosch. Nesta mesma época, é citado pela primeira vez como marido de Aleyt Goyaerts van den Meervenne, com quem se casara em cerca de 1478, esta era alguns anos mais velha e proveniente de uma rica família local. Aleyt sem dúvida favoreceu-o com polpudo dote e ajudou-o a estabelecer importantes contatos sociais. Seu casamento trouxe a Bosch prosperidade, tornando-se proprietário de terrenos na vila vizinha de Oorschot e vários outros imóveis, que lhe permitiram viver confortavelmente até seus últimos dias — embora também lhe causassem trabalho e preocupação, pois, sabe-se que por várias vezes precisou cuidar de questões referentes a esses bens e parece que em 1481 envolveu-se num processo legal com o cunhado. Embora esses problemas, não devem ter afetado sua vida conjugal, que, acredita-se, transcorreu feliz, num lar tranqüilo e sem filhos.


LIVRE ESPÍRITO E VIDA COMUM

A natureza das obras de Bosch eram bizarras e fantásticas, o que levou a algumas especulações extravagantes sobre sua vida.

Propostas por Wilhelm Frãnger, uma das teses mais conhecidas, sugere que o pintor pertencia ao grupo Homines Intelligentiae, organização satélite da seita dos Irmãos e Irmãs do Livre Espírito, também conhecidos como adamitas. Seita herética que surgiu no século XIII e, durante o século XV, fora difundida pela Alemanha, Bélgica e Holanda. Seus adeptos acreditavam que, toda a humanidade seria salva desde que recuperasse a inocência de Adão e Eva no Paraíso perdido, e o meio mais eficiente de atingir este objetivo seria a prática do ato sexual em promiscuidade ritualística. De acordo com essa tese, o célebre tríptico 0 jardim das Delícias focalizaria a orgia ritual de alguns adamitas de s-Hertogenbosch. Nenhuma prova existe de que Bosch, ou qualquer outra pessoa da cidade pertencessem à seita do Livre Espírito, nem que esta tenha sobrevivido até a época da elaboração do tríptico.

A hipótese muito mais viável é a de que Bosch tenha participado da Irmandade da Vida Comum, uma das muitas confrarias religiosas que proliferavam em 's-Hertogenbosch. Criada no século XIV por Gerhard Grote, discípulo do grande místico e eremita flamengo Jan van Ruysbroeck, e levada para a cidade de Bosch na primeira metade do século XV, esta Irmandade pregava um novo espírito de vida religiosa, combatia ao mesmo tempo as seitas heréticas e a corrupção do clero. A firme devoção de seus adeptos levava-os a renunciar aos apelos do mundo e a partilhar tudo que possuíam. As idéias da Vida Comum provavelmente exerceram forte influência sobre a religiosidade e a arte de Bosch, que as teria apreendido tanto nas reuniões a que provavelmente comparecia como nas obras de místicos flamengos contemporâneos que também as adotavam.

A IRMANDADE DE NOSSA SENHORA

Foram possivelmente as mesmas idéias que ocasionaram profunda mudança na orientação da Irmandade de Nossa Senhora. Fundada em 1318, a Irmandade durante quase um século dedicou-se basicamente a tarefas ligadas ao culto, sobretudo ao culto mariano; seus membros, homens e mulheres, leigos e religiosos, tratavam, entre outros encargos, de providenciar novas composições musicais para suas missas diárias e encomendar obras de arte para adornar sua própria capela na Catedral de São João, onde mantinham uma imagem da Virgem tida como miraculosa. Talvez sob influência da Vida Comum, a partir do século XV a Irmandade passou a dedicar-se também a obras de caridade, ampliando ainda mais sua importância na vida da cidade.

O Jardins das delicias- Painel central
Bosch ingressou na Irmandade de Nossa Senhora em 1486 ou 1487, onde sua mulher era membro.Seu nome, porém, começou a constar dos registros da confraria alguns anos antes. Estes informam, por exemplo, que em 1480/81 Bosch comprou da Irmandade dois retábulos que seu pai deixara inacabados; não há maiores explicações a respeito, mas é possível ter adquirido as obras com a intenção de concluí-las. Mais tarde, entre 1488 e 1492, Bosch pintou as portas de um retábulo de madeira sobre Nossa Senhora, cujo painel central fora esculpido em 1476/77 por Adriaen van Wesel, de Utrecht. Elaborou no ano de 1493/94, um vitral para a nova capela da Irmandade. Entre 1499 e 1503, os registros silenciam a seu respeito, supondo-se que, nesse período, Bosch tenha viajado para a Itália.

EXÉQUIAS PELO INSIGNE PINTOR

Bosch, já no início do século XVI era um pintor conhecido dentro e fora de seu país, e no ano de 1504, recebeu sua mais importante encomenda até hoje documentada. O Duque de Borgonha, conhecido por - Filipe o Belo, encarregou-o de pintar um grande retábulo sobre o Juízo Final, que nunca foi encontrado. Acreditam alguns, que haja um fragmento dessa obra em Munique e que o tríptico com o mesmo título conservado em Viena constitua uma versão menor do retábulo.

Trabalhou assiduamente para a Irmandade de Nossa Senhora, para a qual, entre outras obras, projetou um crucifixo em 1511/12 e um candelabro em 1512/13. Isto é tudo que se sabe sobre ele nesse período. No dia 9 de agosto de 1516, vem a notícia de que foram celebradas na capela da Irmandade solenes exéquias pelo "defunto irmão Jheronimus van Aken, aliás Bosch, insigne pintor".

O que é Menestrel?

Menestrel

Menestrel, na Europa medieval era o poeta bardo cuja performance lírica referia a histórias de lugares distantes ou sobre eventos históricos reais ou imaginários. Embora criassem seus próprios contos, muitas vezes memorizavam e floreavam obras de outros. À medida que as cortes foram ficando mais sofisticadas, os menestréis eram substituídos por trovadores, e vários deles tornaram-se errantes, apresentando-se para a população comum, tornado assim os divulgadores das obras de outros autores.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Chico Buarque de Holanda

A Banda
Chico Buarque/1966
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O homen serio que contava o dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Pra ver, ouvir e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor

O velho fraco se esqueceu do cansaso e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela

A marcha alegre se espalhou na avenida
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou

E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor